(Entrevista realizada no dia 05/10/2021) – Instagram: @nspublicacoes
Perguntas:
1. Cláudia, na sua apresentação para o livro “Quando o mundo acabou em 2020”, você se define como uma “escriba de suas loucuras”, “Curiosa e faminta de vida em tempo integral”. Quem te conhece sabe de sua alegria de viver, das suas inspirações, de sua autenticidade e, principalmente, do seu talento quase que genuíno de escrever… uma mulher que convence, tanto pela escrita, quanto pelo falar. Conte-me um pouco sobre você, o seu envolvimento com as artes, com a leitura, a educação, etc.
O que eu mais posso afirmar de mim é que depois que aprendi a ser uma boa companhia para mim mesma. A vida teve uma nova atmosfera. Sentido nunca teve muito, mas tudo bem. Nunca me importei com isso. Exerço a gratidão todos os dias por todos os livramentos que tenho, por sempre conseguir dar conta do que precisa…enfim…essas coisas.
2. Como foi o ano de 2020 para você?
Maravilhoso! Tenho muita empatia pela dor das pessoas. No domingo enterramos o pai de uma grande amiga minha dessa doença maldita. Mas como disse numa das cartas da coletânea. Não posso ser ingrata com UNIVERSO por tudo que tive. Eu sobrevivi, minha família saiu ilesa, meus amigos sobreviveram. Desde o começo da pandemia só agora, semana passada, tive uma perda tão próxima. É uma sensação muito esquisita.
3. Quais foram as suas impressões ao participar do Projeto Cartas e Depoimentos? Como você ficou sabendo do projeto?
Impressão de que a solidão é um mal que veio à tona com a obrigatoriedade do isolamento. Como sou da enfermagem não tive esse isolamento, mas lendo as cartas percebi o quanto as pessoas são solitárias e disfarçam isso se cercando de gente o tempo inteiro. Quando se viram obrigada a estarem sozinhas, foi desesperador.
Fiquei sabendo do projeto através de um baiano arretado, agitador cultural que vai levar a gente longe!!!
4. Você acha que esse projeto contribui para incentivar as pessoas a lerem ou a escreverem?
Eu achei que esse projeto incentivou as pessoas a se comunicarem mais claramente. Mais espontaneamente porque se viram à vontade no meio de gente da mesma vibe e isso dá muita confiança.
5. Como você vê a questão da leitura, principalmente entre os jovens?
Difícil! Como mãe de jovem digo que está cada vez mais difícil fazê-los ler. A Internet é uma distração muito atraente para qualquer idade, imagina pros jovens.
6. Você é da área da saúde, né? Conviveu de perto com a COVID/19, com as mortes em decorrência desse vírus maldito, em uma de suas cartas você diz que: viu a morte de perto todos os dias e ficou chocada com isso, apesar de ter mais de 20 anos de experiência na área da saúde. Pergunto, qual a lição que você tira de tudo isso? Da pandemia, das conquistas e livramentos, enfim… isso de alguma forma, lhe inspira a escrever?
A maior lição? A procrastinação é um mal a ser combatido todos os dias, pq a gente nunca sabe qual vai o último dia. Então, faça hj, se não der tempode concluir hj pelo menos começou…
7. Falando agora de sua vida literária, você é autora do livro 9MILIMETROS, um romance policial ambientado no início da década de 1990 no Estado do Rio de Janeiro, publicado em 2019 pela livraria da Travessa e vendido em nossa loja www.nspublicacoes.com, no qual, é um dos mais avaliados, senão, o mais avaliado de todos. Pergunto: você pretende dar seguimento a essa história, tipo uma trilogia ou a obra já cumpriu a sua missão?
Todos me perguntam isso…confesso que tentei, mas não tô conseguindo achar o fio condutor pra uma continuação. Quando terminei o livro me senti tão esgotada que pensei que nunca mais fosse ter imaginação para escrever outra história. Sério, fiquei um ano sem conseguir alinhar um pensamento. Mas, como nada é impossível, quem sabe quando terminar “nem a morte me separou de você” não encontrei o caminho do 9 milímetros 2?…
8. Tem planos de publicar outros livros?
Muitos outro!!!! Se Deus quiser e me permitir!
9. Fale um pouco mais sobre as suas inspirações, seus planos e sonhos.
Ver minhas histórias ao alcance de todos! Em todas as livrarias, do país inteiro. Mas sabe o que eu mais queria? Ver 9 milímetros roteirizado. Isso é uma coisa que eu quero muito! Até tentei aprender a fazer roteiro, mas achei meio complicado e com 2 empregos e uma graduação pareceu mais difícil ainda.
10. Deixe uma mensagem ou uma recomendação?
Vamos parar de perder tempo com o que não nos acrescenta nada de proveitoso! O ócio pode ser criativo e, às vezes, necessário para descansar um corpo exausto ou uma mente esgotada, mas as intrigas e joguinhos são desprezíveis e maléficas a saúde da alma!
Confira a entrevista completa abaixo:
