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Prefácio – Mesmo em tempos de sequidões e escassez de poetas e inspirações, o novo de vez em quando, acontece. Acredito que seja o ciclo da vida ou, no mínimo, uma espécie de válvula de escape do Universo. Afinal, as dores precisam ser descritas, lamuriadas em versos, os amores precisam da essência, que é o néctar que alimenta o brilho no olhar, a saudade precisa ser agasalhada, coberta pelas palavras que alimentam a esperança da chegada. Enfim, a vida precisa acontecer de alguma forma e o poeta é quem vive em si todos esses acontecimentos, traduzindo em versos esse redemoinho de emoções.
Nessa perspectiva, o livro: “A Poesia Ainda Vive”, de Arley Costa Rocha é um testamento de que há sim um novo tempo para a poesia e ela precisa ser digerida, degustada, em diferentes bocas, até que a essência do belo apareça. É um processo que envolve, não apenas talento, mas um ajuntamento de percepções do cotidiano (ou de si próprio) que faz do poeta um ser infinito, indispensável, que nunca seca ou perde a utilidade.
Arley, esse jovem piripaense, marca, nesta obra primaz, a sua estreia como autor, apresentando o seu universo de sonhos, de frustrações, de saudades, desejos, ironias, amores (não correspondidos), contentamentos, entre outras emoções que circundam a mente de um poeta, muitas vezes, perturbado, muitas vezes, satisfeito com as suas escolhas (felizes e infelizes), porém, buscando sempre concretizar-se da modulagem perfeita que é aquilo que lhe inspira, que lhe completa de alguma forma.
A poesia de Arley surge como uma tônica, no meio do nada, em uma região pouco explorada, sem grandes tradições na literatura. Ele se define como um observador “amante louco do amor e cheio de insanidade” e passa a voar como folha seca, invisível, muitas vezes, traduzindo, calado, aquilo que percebe e lhe incomoda.
É certo que o sertão é fértil de inspirações e que daqui já saíram grandes nomes, mas, sabemos também – até mesmo pela dificuldade – que é um lugar ermo, culturalmente falando, que pouco se constrói, se oportuniza; e ele, com habilidade dos bons versistas, realça essa sua escrita, “desde sonetos a versos livres” e traz em si um conjunto de presságio dos sentimentos mais remotos que lhe rodeiam e elucidam as suas vivências de acordo, evidentemente, com a sua compreensão de vida e do olhar sobre o mundo (do seu mundo)…
Faz da loucura, um refúgio, da tristeza, um charme, da morte, uma descoberta e até de suas dores, um trampolim para erguer-se firme e forte ao final de cada verso; questionando sempre, o mundo e a si mesmo em diferentes abordagens líricas textuais.
Este é um livro para perpetuar-se e marcar gerações! Uma obra que merece estar dentro dos condões fecundos das academias, das bibliotecas e, principalmente, como ele deseja: nos olhares apreciativos e entusiastas de seus (futuros) leitores!
Celebremos, então, o NOVO porque a poesia ainda vive!
Leandro Flores
Poeta, jornalista e editor
Livro bom –
Lançamento
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